segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

. Determinismo moderado


Para o determinismo moderado não há incompatibilidade entre livre-arbítrio e determinismo, as nossas ações são simultaneamente livres e determinadas. 
Para os defensores do determinismo moderado, ao contrário dos libertistas, dizer que uma ação livre não significa afirmar que essa ação não é causada. A ação livre também surge no seguimento de uma ou várias causas. Essas causas, porém, não são causas externas que não controlamos, mas causas internas, como os meus desejos e crenças, que obviamante posso controlar - uma coisa é faltar à escola porque o autocarro não passou a horas, outra é fazê-lo porque sou preguiçoso e não me interesso pelo sucesso escolar -. Isto quer dizer, agora ao contrário dos deterministas radicais, que posso ser responsabilizado pelas minhas ações, uma vez que a sua causa sou eu próprio, a minha personalidade, que é moldada em virtude das experiências que vou tendo, é certo, mas em momento nenhum a sua consequência direta e inevitável: o facto de viver rodeado de gente sem escrúpulos e responsabilidade social não faz de mim um ser igual e necessariamente irresponsável.
Embora resolva alguns dos problemas deixados em aberto pelas teorias incompatibilistas, a verdade é que também o determinismo moderado poderá ser criticado. A mais importante das críticas de que é alvo tem a ver com o facto de não distinguir claramente as ações livres das ações não livres. Por exemplo: obedeço à lei porque ela é igual para todos e não posso fazer nada em relação a isso - causa externa - , embora não seja menos verdade que lhe obedeço porque acredito nela e porque estou convencido que isso é o melhor para mim - causas internas -. 

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