Para os subjetivistas os juízos de valor podem ser verdadeiros ou falsos. O seu valor de verdade, no entanto, não resulta da correspondência objetiva entre o que afirmo e aquilo a que a minha afirmação se refere, como nos juízos de facto, mas daquilo que eu considero ser verdadeiro. Ou seja, para o subjetivista não há valores absolutos, iguais para todos, mas relativos, dependendo das minhas crenças e convicções. O mesmo é dizer que aquilo que é verdade para mim não é necessariamente verdade para ti. Isto significa que quando um subjetivista afirma "X é bom" está a dizer "Gosto de X", e quando afirma "Gosto de X" está a dizer que a afirmação "X é um bem" é verdadeira para si. Em última análise, o subjetivista considera verdadeiro aquilo que julga ser o melhor e prefere, independentemente do que outros poderão pensar em relação ao mesmo assunto. Os valores, portanto, são os princípios em que acredita e que desejaria ver postos em prática.
Não há dúvida que o subjetivismo tem vantagens, sobretudo se pensarmos que os subjetivistas sabem o que querem e que pensam pela sua própria cabeça. De facto, a maioria nem sempre é o melhor critério. Às vezes é necessário pensar contra a corrente, como fizeram muitos ativistas por esse mundo fora em nome de princípios hoje considerados fundamentais. Nelson Mandela, Ghandi, Sakharov, e tantos outros, são um bom exemplo disso mesmo: nem sempre o que está cultural e socialmente estabelecido como bem deverá ser considerado um bem. Por outro lado, uma vez levado às últimas consequências, o subjetivismo não pode deixar de ser alvo de algumas críticas. Desde logo porque é necessário algum entendimento, sobretudo no que diz respeito às questões fundamentais. Não é desejável que deixemos questões como a eutanásia, por exemplo, ao sabor dos caprichos e convicções de cada um. Depois, de acordo com o princípio geral do subjetivismo - cada um tem a sua verdade -, porque fazer depender a verdade daquilo que gostamos se torna potencialmente muito perigoso. Imagina, por exemplo, que eu gostava de reprovar alunos. Poderei eu, em circunstância alguma, considerar isso um bem? E se eu gostasse, por razões que a consciência desconhece, de fazer mal às pessoas?
Por estas razões, são poucos os filósofos que defendem o subjetivismo moral. Entre os que manifestam essa tendência, alguns preferem adotar o emotivismo. Uma teoria segundo a qual quando afirmo "X é um bem" não estou a dizer "Gosto de X", como fazem os subjetivistas, mas apenas "Viva X", "Apoio X". Uma teoria, portanto, segundo a qual os juízos morais, longe de poderem ser considerados verdadeiros ou falso, não passam de exclamações emocionais. Uma pequena subtileza que, ainda assim, não isenta o emotivismo, também ele, de algumas críticas. Entre elas está o facto de que o emotivismo, se fosse verdadeiro, inviabilizaria qualquer discussão moral, uma vez que não passa da expressão das nossas emoções: "Abaixo!", "Viva!"...
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